E como promessa é dívida. Ainda que quase dois meses depois, eu volto aqui pra contar qual foi, dentre tudo o que eu procurei passar como coach para as minhas coachees em 2020, aquelas que eu considero as mensagens mais importantes pra gente ser capaz de passar pelos momentos turbulentos da vida, como o que estamos vivendo.
Se preferir ouvir, você pode acessar o podcast do Vai Ser Feliz no Spotify: https://anchor.fm/vai-ser-feliz/episodes/Como-passar-por-incertezas-e-manter-o-equilbrio-interno-eq2gi9
2021 chegou, mas parece um filme sequência 2020, né? Às vezes bate um cansaço emocional essa coisa de ficar lidando com a angústia da imprevisibilidade, não bate? Tem dia que a gente está super bem, tem dia que booode dessa situação. No Brasil, tem dia que ódio mesmo. Mas, ai, normal oscilar emocionalmente. É assim mesmo que é não ser uma máquina.
Mas se a oscilação é muita, se a angústia é muita, eu fico pensando o quanto isso não vem justamente pela falta de aceitação de que não temos controle sobre muitas coisas.
Final do ano, eu terminei um processo de coaching que começou antes da pandemia e, por causa da pandemia, acabamos estendendo para mais que o dobro do número de sessões que tínhamos combinado inicialmente.
Confesso que a pandemia trouxe uma mudança no meu sistema de atendimento. Essa coachee se desestabilizou muito com o que estava acontecendo no externo. Não é que eu não tenha me abalado, tá, mas eu me lembrei de uma professora de yoga que me falava sempre duas coisas: respira na dor e segura no core. Às vezes, eu estava numa postura ingrata, tudo doía, eu sentia que iria perder o equilíbrio e desmoronar e ela: respira na dor e segura no core. E eu pensei: é isso que eu vou passar a ensinar para as minhas coachees ao longo de 2020.
Porque o coaching vai focar sempre no que pode ser feito para diminuir a distância que existe entre onde você sente que está hoje e onde você sente que gostaria de estar. O coaching de felicidade vai mensurar esse avanço a partir do nível de satisfação com a vida, que envolve, o quão realizada se está pessoal, profissional, financeira, amorosa, socialmente…
Depois de umas conversas pra identificar esses pontos, é definir quais novas formas de pensar e agir precisam ser treinadas para conseguir se aproximar do que se deseja. Claro, precisa identificar possíveis barreiras, como crenças limitantes. E é preciso identificar os combustíveis, os recursos. Sejam eles subjetivos, como propósito, que é um baita combustível, muito mais que força de vontade. E os recursos mais objetivos como conhecimento mesmo, informação, aprender coisas novas.
E aí você vai treinar e treinar e treinar. São escolhas diárias. Muitas vezes, você vai treinar já sem a sua coach, se o processo foi justamente fazer esse inventário de desejos e recursos e treinos e rotas.
Só que a pandemia fez as rotas parecerem aquelas pontezinhas de filme de Indiana Jones, com uma cordinha só, em cima de um precipício, no meio de uma tempestade de areia, sabe? Eu não podia terminar processos de coaching colocando a pessoa na beira e falando: vai, filha. Também não ia dar a mão porque não sou mãe de ninguém. Senti que eu precisava treiná-las também a respirar na dor e a segurar no core.
Sobre a dor, eu só tirei uma letrinha. Mudei para respira a dor. Já falei aqui isso antes: emoções negativas são mensageiras. Elas vêm te contar que há necessidades desatendidas. E elas funcionam como um joão-bobo. Se você as empurra, elas voltam. Quanto mais forte as empurra, mais forte elas voltam. Então, falo pra você o que disse a elas: não resista à dor. Respire a dor. Ouça a dor. Proponha respostas para solucionar as questões que essa dor está trazendo. Não nega isso. Não vai fazer passar.
Foram semanas de: oi, como você está se sentindo, por que acha que está sentindo isso, o que você estava pensando quando começou a sentir isso, o que aconteceu, com quem você estava, o que sentir isso te levou a pensar?
O que está doendo aí? É sinal de necessidade desatendida? Que necessidade seria? Olha lá a tabela de necessidades (que eu publiquei aqui no blog do Vai Ser Feliz). Há quanto tempo e com que frequência você sente essa insatisfação? Como você pode ao menos começar a solucionar isso?
Sentir, ouvir, responder… é treino!
E o core. O que é o core se não, o centro, o núcleo, a essência? Então, eu dizia e digo pra você: não olha pra fora, olha pra dentro. É aí que a gente se segura para manter o equilíbrio.
Não temos controle sobre o externo, sobre o que os outros pensam ou fazem, as circunstâncias da vida, as decisões da empresa, do mercado, do governo. Isso está fora da nossa zona de controle. Tentar prever ou controlar isso vai trazer frustração, angústia, cansaço, desesperança, estagnação. Você não vai sair do lugar tentando prever e controlar o mundo, você vai se exaurir tentando.
Só temos controle da porta pra dentro, de nós mesmas. Nós escolhemos que pensamentos cultivar e quais interromper. Nós temos o controle de como interpretar fatos da vida – se com gratidão, se buscando aprendizados, se com vitimismo. Nós temos controle da nossa narrativa, escolhemos como contar nossa biografia. Escolhemos que sentido dar às nossas vidas. Nós que criamos o nosso propósito.
Nós escolhemos quais afetos queremos nutrir por nós mesmas. Definimos os nossos comportamentos, escolhemos que hábitos manter nas nossas vidas e, nem que seja por meio de ajuda externa, temos o poder de eliminar vícios de pensamentos e comportamentos a partir de treino. Essa é nossa zona de controle. Esse é o core.
Não interessa se está caindo o mundo lá fora, se a gente se conhece e busca se conhecer a cada dia mais, se a gente escolhe reconhecer nossas qualidades, forças, talentos e desenvolver-se mais. Se a gente foca na construção de um sentido pra nossa vida, no compromisso com nossos valores, nosso bem-estar, nossa felicidade…
Segurando nesse core e sabendo respirar as dores, estaremos em equilíbrio. Vou até refrasear. Estaremos nos equilibrando. É processo, né? É cíclico, é vai e vem, é alto e baixo, é começo e fim. Mas, segurando-nos na nossa essência e respirando as nossas emoções, estaremos sempre nos equilibrando.
É importante traçar rotas, identificar os pontos de melhoria e levantar recursos para promover mudanças positivas e avançar. Claro que é. Eu acredito muito nisso.
E é igualmente importante reconhecer o que está e o que não está no nosso controle. Focar na zona de controle nos dá segurança, autonomia, liberdade, poder que, pra mim, são justamente as necessidades humanas que os tempos de incertezas nos tiram e que a angústia vem nos pedindo para nos darmos.
Eu não sei como será 2021. Não tenho a menor noção de quando vou poder tomar a vacina. Não sei quanto tempo for ficar na pontezinha, no meio da tempestade. Mas eu sei que eu continuarei sendo eu e eu vou trabalhar no que for possível para seguir na rota da evolução pessoal e da promoção da felicidade minha e das outras pessoas. Esse é meu core. E quando doer, eu escolherei respirar a dor, respeitar minhas necessidades e limitações e seguir, do meu jeito, caminhando.
E você? Já fez essas escolhas? Já identificou suas forças, seus valores, seus recursos, seu propósito? Firmou seus compromissos consigo mesma?
Respira a sua dor, segura no seu core e… #vaiserfeliz
Se você quiser uma mão, eu estou abrindo a minha agenda 2021 para atendimentos de coaching de felicidade. São pacotes com, no mínimo 10 sessões semanais, focadas em te conduzir em processos de autoconhecimento e mudanças de hábitos que vão fazer você se relacionar melhor com você mesma, por consequência, com o mundo a sua volta e isso vai fazer você sentir aquele contentamento de saber que você está fazendo algo por você, pela sua felicidade, sabe? Se você quiser saber mais:
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